Nesse artigo refletiremos sobre as “loucuras” de ser mãe. Mais especificamente, pensaremos sobre a especialização em algumas “loucuras” particulares de cada mãe. Iniciaremos explicando as aspas que envolvem a palavra loucura. Este texto não pretende refletir sobre definições de saúde mental e psicopatologia na maternidade, mas tem o objetivo de tratar a respeito de algumas preocupações que são particulares à experiência de maternidade.
Seja durante a gravidez, no pós-parto, no cuidado com bebês, crianças, adolescentes e mesmo com filhos adultos, além das preocupações comuns da maternidade, cada mulher experimenta algumas preocupações específicas, algumas “loucuras”. Estamos chamando de preocupações comuns coisas como alimentação, saúde, vestuário, escola. Já quando pensamos sobre as “loucuras”, pensamos sobre coisas como preocupação exagerada com quedas, ou com peso; aversão total a palpites; a busca incessante por orientações; conflitos com pessoas da família sem justificativa clara; ou mesmo medo de coisas que ainda não fazem parte da etapa atual de desenvolvimento do/a filho/a.
Nessa parte podemos deixar um espaço para cada uma pensar sobre qual é a sua “loucura”. Certamente os exemplos do texto não esgotam todas as possibilidades. Passamos então a indagar qual seria a origem das “loucuras” e como lidar com elas. Ao pensarmos sobre a origem, provavelmente veremos que são origens múltiplas. Das experiências da infância, das “loucuras” aprendidas com a própria mãe, do que foi vivido durante a gestação e o parto, da configuração familiar. A tendência é depositar no/a filho/a as próprias pequenas “loucuras”.
A “loucura” pode ser individualizada no sentido de ser direcionada a um filho específico, ou pode ser generalizada a todos os filhos (às vezes estendido a sobrinhos, afilhados...). Assim como não se pode identificar uma causa única para a “loucura”, não existe uma fórmula mágica para lidar com ela. Pensamos em algumas possibilidades. A primeira é estar sensível a como a “loucura” atinge a criança/o adolescente. Está causando sofrimento? Se sim, provavelmente deve ser hora de repensar sobre a “loucura”.
Outra possibilidade é refletir sobre a “loucura” e, assim, se conhecer um pouco melhor. Investigar a própria “loucura” como forma de perceber suas próprias fragilidades, medos, sonhos. Em casos em que a “loucura” estiver levando a grandes angústias ou mesmo interferindo negativamente na relação mãe-filho/s, pode ser a hora de buscar auxílio psicológico. Por fim, uma possibilidade é rir um pouco da própria “loucura” e torná-la um pouco mais leve.
Por: Carol Primo Psi