Carol Primo Psicóloga

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Um Dia Daqueles!

Um Dia Daqueles!

Seu filho está com dor de barriga, você está atrasada/o para o trabalho, a torneira está vazando e você brigou com o pai/mãe da criança. Ou talvez: algumas contas estão atrasadas, você teve uma noite mal dormida, não aguenta mais ouvir briga de criança e não sabe o que fazer para o almoço. Ou ainda: você não tem certeza se continuará casada/o, está trânsito e você precisa pegar seus filhos na escola, está sentindo dor de estômago e não vai de novo na academia que você paga sem frequentar. Alguns dias parece que a vida virou do avesso.

Ao se tornar mãe/pai outros aspectos da sua vida não entraram automaticamente em modo de espera. Na verdade, em alguns momentos pode dar a impressão de que os problemas simplesmente se multiplicam. Talvez você tenha ouvido falar sobre as maravilhas de ser mãe/pai e se sinta enganada/o (os problemas não desapareceram!). Talvez você fique pensando que o problema está em você, já que todo mundo parece estar indo muito bem (ou ao menos melhor do que você). “Ser mãe é padecer no paraíso”, já dizia o ditado.

Talvez nossa sociedade fale tanto do “paraíso” que esqueceu do “padecer”. São tantas fórmulas anunciadas sobre a maternidade/paternidade perfeita, e ninguém parece se lembrar de falar na necessidade de respirar fundo quando num “dia daqueles” deu filho faz xixi fora do vaso sanitário pela “milésima” vez; você encontra pacotes de doces e bolachas escondidos no quarto da sua filha já em estado de criação de um pequeno bioma próprio; seu bebê chora a noite toda sem nenhum motivo aparente. O que fazer?

É tentador buscar uma resposta pronta. Especialmente quando a imagem de mãe/pai perfeita/o viraliza nos meios de comunicação. A tendência é aumentar a frustração de estar longe do ideal. Vale a pena questionar: o que seria a mãe/o pai ideal? Seria aquela/e que se sente sempre no domínio das situações, por mais estressantes que sejam? Qual ser humano consegue passar por dias intensos sem se sentir pressionado em meio a tantas demandas?

Possivelmente a resposta está em nossa humanidade. Em reconhecer que todos nós temos dias difíceis, momentos em que não sabemos se o que estamos fazendo, pode ser a melhor saída. Se seu/sua filho/a não está sofrendo negligência, violência física ou psicológica; está sendo alimentado/a, tem escola e moradia; é amado/a, provavelmente ele/a está sendo bem cuidado/a e você não precisa se sentir muito culpada/o em ter um dia estressante no qual você sente que não sabe muito bem o que fazer. Amanhã possivelmente será um dia mais tranquilo.

Por: Carol Primo Psi

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