Comumente pensamos em resolver as situações depois que os problemas estão instalados. No caso da saúde, podemos pensar em quantas coisas poderíamos fazer para evitar doenças e deixamos para depois. Tendemos a pensar na saúde depois da doença ter se instalado. Nem sempre pensamos nisso, mas é possível prevenir doenças. Mais que isso, é possível promover saúde. Não apenas em relação à saúde corporal, mas também em relação à saúde mental.
De forma geral, falamos de prevenção sempre que executamos ações que têm o objetivo de evitar doenças (um exemplo disso é a vacinação que evita doenças virais). Falamos em promoção de saúde quando o objetivo da ação é a saúde, é desenvolver meios de melhorá-la ou obtê-la (é o caso da prática de atividades físicas, por exemplo). Promoção de saúde muitas vezes coincide com aquilo que costumamos chamar de qualidade de vida.
Como podemos praticar isso em relação à saúde mental? Não existe uma lista única e definitiva da qualidade de vida. Ao contrário, o que é considerado qualidade de vida tende a variar de pessoa para pessoa e de família para família. O que identificamos são alguns valores culturais que são compartilhados pela maioria de nós. Como é o caso de alcançar uma condição socioeconômica razoável, viver em uma cidade organizada e com violência mínima. Boa escola, boa alimentação, meios transportes adequados e acesso à saúde são facilitadores da saúde em geral, e também da saúde mental.
Além de elementos que são parte de um quadro político-social, refletimos sobre como vivemos em família. Como sua família convive? Como as pessoas se relacionam? Como é a convivência entre os membros da família? Investir na qualidade das relações familiares é uma parte fundamental da promoção de saúde mental. Conhecer e respeitar as fases de desenvolvimento dos filhos ajudará a esperar deles aquilo que podem oferecer (sem subestimar ou superestima-los).
Bebês precisam de apego, crianças precisam de brincar (de verdade), pré-adolescentes precisam de paciência para suas crises, adolescentes precisam de liberdade protegida. É importante investir em tempo para conversar com eles, tanto para falar quanto para ouvir. Ouvir de verdade. A capacidade de prestar atenção no que seu/sua filho/a fala ajudará a identificar as necessidades dele/a, seus sonhos, alegrias e problemas. Ajudará, inclusive, a saber o que ele/a precisa ouvir.
Por fim pensamos na ansiedade dos pais com o futuro dos filhos. Em uma sociedade competitiva como a nossa, é compreensível que fiquemos preocupados com a formação de nossos filhos e sua capacidade de trabalho no futuro. Mas vale a pena questionar: será que sobrecarregá-los de atividades e estudos fará deles pessoas saudáveis? Identificamos que o exagero de atividades sem tempo para brincar, fantasiar, conversar, descansar, criar, ouvir música, na verdade, adoece.
Por: Carol Primo Psi