O Natal chegou novamente. Há quem adore essa época do ano. Quem goste das festas, de estar com família e amigos, dos enfeites, brilhos, comidas. Há quem não goste. Até mesmo há quem fique melancólico nessa época do ano. Mas a época de festas dificilmente passa em branco. Gostando ou não, todos somos de alguma forma influenciados pelo período de final de ano e todos os seus encontros e rituais.
Rituais? Sim. Mesmo que não paremos para pensar a respeito, temos rituais coletivos, compartilhados pela sociedade como um todo ou por grupos menores, como a família, por exemplo. Sabe a tradicional divisão de quem vai trazer qual prato para a ceia de Natal? O famoso amigo secreto entre os colegas da empresa? Ou mesmo a velha discussão entre alguns parentes? Você talvez não perceba, mas tudo isso faz parte de uma série rituais que repetimos a cada ano.
E qual seria a importância dos rituais? Eles afirmam e resgatam valores compartilhados pelos grupos dos quais fazemos parte. Sempre que repetimos esses rituais sociais também ressignificamos os valores compartilhados pelo grupo familiar. Decorar a casa para o Natal pode significar o momento de reunião de uma família para reafirmar a importância dos laços familiares. Comprar, dar e receber presentes pode resgatar o sentimento de amor entre as pessoas. Falar sobre encontros de Natais passados pode resgatar lembranças de pessoas queridas que se foram.
Pode? Sim, pode. Mas não é uma obrigação. O valor dos rituais está em serem repetidos enquanto acrescentarem sentido ao que é feito. A mera repetição de comportamentos esvazia o sentido de qualquer ritual. A repetição automática os torna uma obrigação cansativa e engessada. É preciso se apropriar do que é feito. Esse é um dos sentidos do Natal (existem vários!).
Para crianças, o Natal pode reafirmar o lugar delas na família. Também pode transmitir valores familiares e religiosos. Para adolescentes, acrescentamos a necessidade de se rebelar contra algumas tradições, o que é necessário para a construção de uma identidade própria. Para adultos, podemos pensar no resgate dos Natais passados e a reafirmação de papéis dentro da família. Para idosos o Natal pode significar olhar para o legado familiar por eles construído.
O importante é que esse momento seja vivido com sentido emocional, com espaço para a continuidade e para a mudança.
Por: Carol Primo Psi