Carol Primo Psicóloga

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Dia dos Pais

Dia dos Pais

Dia dos pais. Mais uma data comemorativa que chega. Como é de se esperar, cada pessoa experiencia a data a seu modo. Provavelmente isso varia de acordo não apenas com as características de cada um, mas também em consequência da relação pai-filho/a ao longo dos anos. Nem todos são pais. Todos são filhos. Vivemos uma realidade triste no Brasil em que mais de 5 milhões de crianças não foram registradas com o nome do pai. Daí a necessidade da campanha “Pai Presente Importa” promovida pelo Fundo de População da ONU (http://www.unfpa.org.br/novo/index.php/1966-fundo-de-populacao-da-onu-lanca-campanha-pai-presente-importa-que-promove-a-paternidade-responsavel).

A ausência do pai que abandona o filho causa uma ferida emocional com a qual a criança terá que lidar por toda a vida. O papel do pai é descrito pela Psicanálise como o primeiro e principal referência não apenas da função masculina, mas também da moral e das regras sociais. Além da falta desse referencial por parte do pai (lembremos que padrasto, avô, mãe e outras pessoas significativas também podem desempenhar papéis tradicionalmente vistos como paternos) a dor do abandono é algo difícil de descrever. Sentir-se rejeitado por alguém de quem se espera amor ou, ao menos, cuidado, fere a alma.

Mas o pai presente/ausente, aquele pai que tem presença física e, geralmente, financeira também, mas que não vive momentos com seu/sua filho/a também causa sofrimento. O sentimento do filho/da filha neste caso não é necessariamente igual a casos de abandono de fato, mas o sentimento de rejeição se faz presente. Muito se fala na mídia sobre o papel do “novo pai”, aquele que participa da vida do filho/da filha, assiste ao parto, troca fralda, faz comida, conversa com o filho/a filha sobre os mais variados assuntos.

Existem vários manuais (textos, vídeos, etc.) sobre como ser um bom pai. Não pretendemos apresentar mais um manual. A intenção deste artigo é a reflexão sobre como é a relação pai-filho. É enfatizar que esta relação é importante para o filho/a filha e também para o pai. Ser presente não é apenas estar presente fisicamente ou pagar as contas. Essas coisas são importantes, mas não substituem a convivência, a relação proximidade. Poder genuinamente ser pai.
Modelos são importantes e o pai é um dos principais modelos na vida da criança e do adolescente.
 
É tanto um modelo a ser seguido quanto um modelo ao qual se opor. A relação com o pai é, muitas vezes, uma relação ambivalente. Suportar a ambivalência do filho/da filha, cuidar, educar, orientar, são algumas das ações que fazem parte da experiência de ser pai. É plantar hoje esperando que o filho/a filha colha amanhã.

Por: Carol Primo Psi

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