Carol Primo Psicóloga

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Desapego

Desapego

No artigo anterior refletimos um pouco sobre as separações que fazem parte da relação pais-filhos. O enfoque foi nos pais. Hoje pensaremos um pouco mais nos filhos. Como ajudá-los a lidar com o ganho de autonomia que vem com o desenvolvimento? Como ajudá-los a lidar com as pequenas e grandes separações? Não há fórmula mágica. Mas existem alguns elementos norteadores.

A Teoria do Apego (de Bowlby) é conhecida principalmente pelo estímulo ao apego seguro entre o bebê e a figura de apego (principal cuidador/a, que, comumente é a mãe). Vamos explicar com calma. A ideia é que um vínculo seguro, em que o bebê saiba que pode confiar na figura de apego é um fator protetor da saúde mental (durante todo o desenvolvimento infantil e na vida adulta). Além dos cuidados básicos com o bebê, isso exige disponibilidade afetiva do adulto.

Ao contrário das orientações que eram dadas há algumas gerações, para a Teoria do Apego não há mal algum em responder ao choro do bebê ou pegar no colo sempre que o bebê precisar. Sabemos que é impossível estar presente 24 horas por dia. A questão é deixar o/a seu/sua filho/a seguro de que você cuida dele/a. Isso implica em constância na forma de lidar com o bebê. Manter hábitos e rotinas ajuda na organização da mente. Mas isso não estaria completo sem o amor.

É preciso amar o/a filho/a. Não é fácil suportar todas as angústias e o cansaço que um bebê traz. É preciso muito amor e confiança de que esse amor e esse cuidado trarão bons frutos. É preciso também se adaptar às necessidades do bebê, pois cada um tem suas próprias características. É preciso se adaptar a cada fase do desenvolvimento e às mudanças que acontecem ao longo da vida. Isso traz segurança ao bebê (e depois à criança, ao adolescente).

Todo esse apego é fundamental para o desapego. Essa aparente contradição indica que, quanto maior a segurança na relação sentida pelo par bebê-figura de apego, melhor será vivido o desapego necessário para viver as separações. Esse bebê terá maior possibilidade de suportar pequenas ausências da figura de apego e depois aceitar de melhor grado seu retorno.
 
Futuramente essa criança/adolescente/adulto terá melhores condições emocionais para lidar com o crescimento e as pequenas e grandes separações que a vida traz.

Por: Carol Primo Psi

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