É natural criar expectativas a respeito de nossos filhos. Caráter, escolhas, estudo, trabalho - são exemplos de coisas que almejamos para eles. É papel da família cuidar, ensinar e orientar, mas não podemos controlar como será a personalidade de uma criança ou quais escolhas ela fará conforme crescer e se tornar autônoma.
Por melhores que sejam as intenções, nem sempre acertamos como pais. Nós também temos nossas falhas e enganos. Seria arrogância acreditar que sabemos tudo. Ao contrário, um olhar atento pode nos levar a aprender com as crianças e adolescentes.
Será que estamos preparados para um filho que não quer ter a profissão que tanto sonhamos? Ou que não tem intenção de assumir os negócios da família? Ou, quem sabe, não tem as mesmas decisões quanto a relacionamentos que nós consideramos que seriam as melhores?
Até mesmo crianças e bebês nem sempre são tão bem aceitos pelos pais porque não se comportam da forma imaginada. Pode ser por que não conseguiu ler em uma determinada idade ou por que não se comporta da forma desejada. Desapontamentos que têm origem no desejo de que a criança faça algo que ainda não é capaz de fazer.
Quantas vezes os pais se decepcionam ou se preocupam porque os filhos têm comportamentos "mal vistos" socialmente mas que são apenas o comportamento normal de uma criança. Pior ainda quando as crianças são punidas por fazerem as mesmas coisas que os adultos fazem.Se o seu filho não gosta de futebol ou se sua filha não quer ser bailarina, vale a pena se perguntar se isso é realmente o mais importante.
Temos a missão de ajudar nossos filhos a se desenvolverem de forma autêntica e saudável e não é obrigando a seguirem nossos sonhos e projetos que isso se realizará. Nada melhor do que o autoconhecimento e a observação de quem são nossos filhos e como eles se desenvolvem para não cairmos na cilada de tentar exigir coisas impossíveis.
Por: Carol Primo Psi